À CONVERSA COM LUIS PAIVA (PARTE 1)

À CONVERSA COM LUIS PAIVA (PARTE 1)

25 Novembro, 2023

Fomos descobrir o espaço dedicado ao Futebol de Praia no Museu LP8 – Camisolas com História, fundado, e gerido, por Luis Paiva. Um espaço que é muito mais que uma simples coleção de camisolas desportivas.

Nessa visita ficamos a conhecer um pouco mais desta epopeia. Cada pormenor tem a sua história e a sua mágica razão de o ser. O cantinho dedicado à nossa modalidade fica logo perto da entrada e foi mesmo ali que ficamos a descobrir as razões deste espaço e as histórias já vividas do mesmo.

Futebol de Praia Portugal: Qual o motivo do nascimento do Museu LP8 – Camisola com história?

Luis Paiva: “Este projeto nasce da paixão que tenho desde miúdo pelo Futebol. Do sonho gerado em criança de um dia conseguir atingir o patamar profissional quando se começa a dar os primeiros pontapés na bola. Dos ídolos que vamos tendo e dos quais vamos fazendo as nossas referências.

Esta é sem dúvida a razão da existência do MLP8. Não tal como todos o conhecem atualmente, mas naquilo em que acabou por se “transformar” fruto dos valores e princípios em que me revejo neste mundo de paixões. Além da incrível experiência que tem sido viver este projeto, é também um desafio que vamos procurando dirigir com o objetivo de ajudar a passar uma mensagem positiva do jogo, dos jogadores, agentes desportivos e adeptos.”

FPP: O porque deste espaço dedicado ao Futebol de Praia?

LP: “O espaço dedicado ao Futebol de Praia surgiu fruto de uma natural ambição de crescer com o projeto para outras modalidades, além daquela que esteve na sua origem: o Futebol de 11 masculino. Ao longo deste percurso vamos passando por diferentes fases que nos fazem muitas vezes pensar em fazer algo diferente ou de forma diferente, e outros momentos ainda em que tudo acaba por surgir de forma espontânea fruto de algum momento e, ou até, desafio de quem vai seguindo o MLP8. Nos últimos anos o Futebol de Praia tem crescido em Portugal de forma exponencial, tanto a nível e Clubes como da Seleção, pelo que decidimos que era o momento de incorporar este novo desafio no nosso caminho. Em fevereiro de 2022 passamos assim, e de forma oficial, a ter mais uma modalidade como referência no Museu.”

FPP: Que história tem a primeira camisola e porquê?

LP: “A primeira História, que envolve o Futebol de Praia, foi o espelho do que acaba por ser neste trajeto, uma das vias de tentarmos “abrir” caminho para algum novo desafio. Há sempre alguém que nos pode ajudar a fazer a ponte. Há sempre alguém que conhece alguém. Há sempre um amigo conhece bem ou até está no “meio”. Quando começamos a pensar nos primeiros passos, chegamos a um nome que por sinal se tinha cruzado comigo no Futebol de 11 e com quem mantenho ainda à data de hoje uma ligação amistosa: o Miguel Carvalho (jogador da GR Amigos Paz).

É dele o primeiro capítulo desta História do Futebol de Praia no Museu. Tivemos o privilégio de o receber e nesse momento explicar em detalhe o objetivo que tínhamos. Recebemos nessa sua primeira passagem a camisola da GR Amigos Paz, equipa da qual é o capitão. Além de ter sido o primeiro jogador da modalidade a juntar-se à nossa “equipa”, tem sido igualmente uma pessoa fundamental em tudo o que até hoje temos conseguido construir em redor deste desafio. É um verdadeiro embaixador do MLP8 que tem ajudado a passar a nossa mensagem a vários colegas da modalidade.

FPP: Quais são as camisolas que tens, referentes ao Futebol de Praia, e as histórias das mesmas?

LP: “Mais do que individualizar as já, felizmente, muitas Histórias do MLP8 no que ao Futebol de Praia diz respeito, quero partilhar um momento que de forma muito assertiva identifica aquilo que é o ADN do nosso trabalho. Da forma como gostamos disfrutar dos desafios e de envolver todos aqueles que convidamos a fazer parte da nossa equipa para que também eles se sintam parte ativa do que em conjunto construímos.

Refiro-me ao lançamento oficial do desafio do Futebol de Praia no Museu. Em Fevereiro de 2022 com a preciosa e decisiva colaboração do nosso grande amigo Luis Bilro, antiga glória do Futebol de 11 e mais tarde também, uma das referências nacionais do Futebol de Praia, juntamos no Museu 4 internacionais.

Elegemos como embaixador o Jordan Santos, entre tantos títulos pessoais e coletivos eleito como Melhor Jogador do Mundo em 2019, que acedeu ao nosso convite para ser o “capitão” desta nossa nova equipa. Junto com ele nesse dia, o nosso amigo Luis Bilro à data de então a desempenhar funções na FPF trouxe os também internacionais, Ruben Brilhante, Bernardo Lopes e André Lourenço.  A visita, a partilha do objetivo que tínhamos e o papel que poderiam ter para nos ajudar a construir algo à imagem do que fizemos no Futebol de 11, ficaram registados numa reportagem da imprensa escrita. O trabalho foi efetuado pela jornalista Marina Guerra do Jornal Região de Leiria.

Mais do que camisolas, que alguns deles nesse mesmo dia e outros mais tarde ofereceram para o Museu, está todo o envolvimento que sempre queremos que os jogadores enquanto seres humanos sintam. Pretendemos que se sintam valorizados com a mensagem que passamos a “reboque” do que inicialmente é “apenas” uma camisola.

A verdade é que desde esta marcante etapa, e passado um ano e meio sensivelmente, percebemos orgulhosos o caminho que em conjunto já conseguimos fazer e o reconhecimento que nos chega pela forma como também ajudamos a passar uma mensagem positiva deste desporto e acima de tudo, dos seus interlocutores. As camisolas essas, as suas Histórias, continuam a surgir de forma natural fruto de toda esta forma de ser e estar”.

A história ainda não acabou! Na segunda parte (que podes ler aqui), desta nossa conversa, ficaremos a conhecer o significado de outros objetos, que estão no MLP8 referentes ao Futebol de Praia, assim como a ligação de Luis Paiva à nossa modalidade.