“O FUTEBOL DE PRAIA CONQUISTA-ME ANO APÓS ANO”

“O FUTEBOL DE PRAIA CONQUISTA-ME ANO APÓS ANO”

28 Abril, 2023

Desde 2021 que concilia o Futebol de Praia e o Futsal! Erica Ferreira abordou, em exclusivo ao Futebol de Praia Portugal, como vive as duas modalidades. A internacional portuguesa foi campeã na época passada, mas pretende mais na modalidade que tem vindo a conquistá-la anos após ano.

Futebol de Praia Portugal: Como começou a tua aventura no Futebol de Praia?
Erica Ferreira: Esta aventura começou em 2021, no clube AD Pastéis. O convite surgiu de uma colega de equipa (Futsal) que na altura tinha sido convidada também para ir experimentar. Quando fomos íamos só mais pela experiência, e para nos divertirmos, mas assim que acabou o treino o Mister falou connosco e fez-nos o convite para que ficássemos e…pronto! Aceitamos e aqui estamos até hoje!

FPP: Como te defines como jogadora de Futebol de Praia?
EF: Forte na parte da finalização e no jogo de costas para a baliza. Sou uma jogadora bastante aguerrida e competitiva.

FPP: Fizeste parte do primeiro grupo da Seleção feminina de Futebol de Praia. Que sentiste ao ser chamada para uma Seleção recém criada?
EF: O primeiro impacto foi de não estar a acreditar que tinha chegado ao patamar mais alto de qualquer modalidade, que é a nossa Seleção. Acho que só acreditei, mesmo, quando o vice-presidente da AD Pastéis me ligou a dar os parabéns! Senti um sentimento de grande responsabilidade e nervosismo, ao mesmo tempo, mas no geral senti-me bem e feliz por saber que o esforço e o trabalho estava a ser recompensado.

FPP: Também jogas Futsal. Como é que concilias as duas modalidades? Como é a tua preparação?
EF: Hoje em dia não interferem uma com a outra. Quando os treinos de Futebol Praia começam, os de Futsal já terminaram e dá para conciliar tudo. No primeiro ano foi complicado, cheguei a ter os dois treinos um a seguir ao outro! Começava com o Futebol de Praia às 19h30 e acabava com o Futsal às 23h30. A minha preparação é contínua, assim que acaba uma começa logo a outra. Não há assim nada de especial que faça a não ser a adaptação à areia.

FPP: É na areia que te sentes melhor ou nos pavilhões?
EF: São modalidades diferentes e iguais ao mesmo tempo. Obviamente que jogo Futsal há muitos anos e que é, e sempre foi, a minha modalidade favorita, mas o Futebol de Praia conquista-me ano após ano. Cada vez mais ganha o meu carinho e vontade de continuar a praticar!

FPP: Quais as dificuldades que tens por estares nas duas modalidades?
EF: Talvez o timing de descanso! Não tenho as férias prolongadas como a maior parte das minhas colegas (Futsal) mas faço sempre uma boa gestão, de forma a estar sempre com o rendimento alto no início de cada época.

 

FPP: Como analisas o Futebol de Praia feminino em Portugal?
EF: Uma modalidade em evolução, muito verdinha, ainda, mas que já se viu uma evolução enorme nestes últimos anos e aonde acredito que daqui a mais alguns será vista com outros olhos. Será certamente praticada por muitas mais crianças, jovens e adultos.

FPP: O que achas que falta para continuar a subir patamares?
EF: Mais investimento não só pela nossa FPF mas como pelos clubes. É preciso que os clubes também acreditem na modalidade e queiram arriscar. Se não forem eles a terem iniciativa não será os miúdos a jogar na praia que vão fazer a modalidade evoluir.

FPP: Ao segundo ano, de Campeonato Nacional Feminino, a AD Pasteis sagrou-se campeã. Como foi viver essa conquista?

EF: Foi uma felicidade imensa! Um sentimento de dever cumprido, principalmente pela época que passamos anteriormente onde perdemos a final com o mesmo adversário e com um auto-golo nosso. Sentimos que finalmente colhemos os os frutos de uma equipa em construção, na primeira época, e que se manteve na sua maior parte na segunda. Com toda a união, entreajuda e com o apoio incrível que sempre tivemos o desfecho só podia ser aquele.

FPP: O que esperas desta época a nível pessoal e coletivo?
EF: A nível pessoal espero continuar a estar no topo das melhores marcadoras, consegui esse efeito duas épocas consecutivas e quero uma terceira. Sem lesões, como tem vindo a ser até aqui, e claro continuar a representar a nossa Seleção.

A nível coletivo espero poder voltar a ser campeã nacional, e assim festejar o bi-campeonato, e fazer uma boa classificação na Euro Winners CUP para que o clube continue a subir no ranking.