“O PLANTEL SERÁ CONSTITUÍDO POR UMA MISTURA DE EXPERIÊNCIA E JOVENS”

“O PLANTEL SERÁ CONSTITUÍDO POR UMA MISTURA DE EXPERIÊNCIA E JOVENS”

25 Janeiro, 2023

Foi a grande novidade do dia 1 de janeiro de 2023. Edi Milhazes foi anunciado como novo técnico da formação da ACD O Sótão. Em exclusivo ao Futebol de Praia Portugal, Edi abordou as suas expetativas, para o cargo, e a nova temporada da formação da Nazaré.

Futebol de Praia Portugal: Quais as sensações após chegar ao comando técnico da formação principal da ACD O Sótão?
Edi Milhazes: Não posso fugir à honestidade, a primeira sensação de todas foi de receio, por não me sentir preparado para assumir um desafio deste calibre. Depois de conversar com os responsáveis do clube, senti que a responsabilidade que me estava a ser confiada seria a alavanca para conseguir implementar todas as ideias, que o entusiasmo deste novo projeto, naturalmente, desencadeou. No entanto, a sensação mais evidente, ao longo deste ainda curto percurso, tem sido a de confiança – tanto nas pessoas que estão envolvidas diretamente no clube, como em todos os skateholders.

FPP: Como te defines como treinador?
EM: Neste contexto, o rigor que penso que tento impor, obriga-me a escolher a palavra inexperiente como ponto de partida para essa definição. Depois, a auto-perceção diz-me que sou um treinador exigente e de pormenor, que valoriza comportamentos e atitudes que remetam para segundo plano a efemeridade de uma “simples” vitória. Do ponto de vista do jogo em si, gosto que as minhas equipas joguem com base nas decisões dos próprios jogadores e não formatadas às minhas próprias ideias; o processo de construção deve ser ativo, participativo e, sobretudo, envolvente.

FPP: Que podemos esperar da ACD O Sótão em 2023?
EM: Muito trabalho! Devemos ser das equipas do país que maior número de treinos e jogos vai realizar. Com o plantel que terei à disposição é expectável que a qualidade do nosso jogo seja elevada; no entanto, no desporto existem inúmeros fatores que podem desvirtuar aquilo que se considera, à partida, expectável – é minha responsabilidade que isso não se venha a concretizar!

Quanto a resultados, importa referir que os responsáveis do clube remeteram os objetivos da época para a continuidade e a sustentabilidade do projeto. Enquanto treinador, gosto imenso de ser objetivo e focado; por isso, podem esperar com a ACD O Sótão a lutar por todos os títulos – a qualidade individual e, espero eu, coletiva da equipa a isso obriga.

FFP: O plantel será baseado em juventude ou, como tem sido feito, uma mistura de experiência e jovens atletas?
EM: O panorama nacional da modalidade obrigou todos os clubes a repensarem estratégias de construção dos respetivos planteis. A ACD O Sótão não foi exceção. O plantel será constituído por uma mistura de experiência e jovens – embora a ACD O Sótão tenha, no seu ADN, a “exigência moral” de dar oportunidade aos jovens valores, que desenvolve ano após ano. Foi e será nossa intenção reter e fazer voltar as mais valias que a Nazaré produziu para a modalidade.

FPP: Conta-nos um pouco da tua história no Futebol de Praia, em especial na ACD O Sótão….
EM: A minha história no Futebol de Praia é irrelevante e, aliás, está ligada a um marco negativo da história da ACD O Sótão – fazia parte do plantel que desceu ao Campeonato Nacional. Na altura, senti uma obrigação intrínseca em repor a ACD O Sótão na Elite; nunca o consegui, infelizmente. Venho agora para saldar “a dívida” com títulos.

FPP: Como vês o crescimento, a nível das competições, do Futebol de Praia em Portugal?
EM: É crucial estenderem-se aos escalões de formação. Todas as entidades envolvidas com a modalidade (e respetivos agentes desportivos) têm a obrigação moral de garantir a sustentabilidade da modalidade – é a participação das crianças e dos jovens que garantirá esse caminho.

Nos últimos anos a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) desencadeou um trabalho extraordinário no desenvolvimento da modalidade nos seniores, com a incorporação da competição feminina, com a alteração do formato do Campeonato de Elite e com a criação da Taça de Portugal e da Supertaça. Agora, lançada a semente, devem as Associações Distritais assumir a responsabilidade de fomentar a prática da modalidade, junto dos seus filiados. Na perspetiva destas entidades, deveriam considerar a sua intervenção com sucesso, quando o crescimento fosse de tal ordem que “obrigaria” a FPF a criar competições a nível nacional.