“QUERIAMOS TREINAR FUTEBOL DE PRAIA O ANO INTEIRO”

“QUERIAMOS TREINAR FUTEBOL DE PRAIA O ANO INTEIRO”

16 Janeiro, 2021

A falta de competição, e mesmo de condições, impossibilita o trabalho durante os meses de inverno. Contudo existe cada vez mais grupos, e mesmo atletas de forma individual, que continuam a manter a sua forma física na praia e mesmo em pavilhões com campos de areia.

Em Matosinhos, mais precisamente num espaço destinado à prática de Padel, existe um pavilhão com um campo de areia. Os portugueses Francisco Ferreira e Miguel Pintado utilizam esse espaço para manter a forma, antes da época começar. O Futebol de Praia Portugal assistiu a um desses treinos e foi descobrir como tudo começou e quais os exercícios praticados.

Além da dupla portuguesa também Gabriel e Rafa (jogadores do Boavista FC) fazem parte do grupo. Foi através de um dos boavisteiros que conheceram o local, como nos conta Francisco: “Em outubro de 2019 através do Gabriel (Jogador do Boavista FC) soubemos que havia aqui um campo de areia e na impossibilidade de treinamos na praia começamos a vir treinar uma / duas vez por semana.” Com o passar dos tempos o trabalho foi evoluindo até à paragem devido à Covid-19. “Nada de muito regular mas fomos começando e fomos adaptando. No inicio de 2020 começamos a vir para aqui todos os dias depois tivemos que parar devido à pandemia.”

“Queríamos treinar Futebol de Praia o ano inteiro”

O regresso aconteceu meses depois mas na Praia de Matosinhos. Mesmo sem saberem se ia ou não haver a realização das competições, o grupo sentia que era importante treinar Futebol de Praia o ano inteiro assim como fazem em outros locais. “Quando foi possível regressar minimamente aos treinos, e apesar da indefinição se ia ou não haver Divisão Elite e Divisão Nacional, começamos a treinar na Praia de Matosinhos. Queríamos treinar Futebol de Praia o ano inteiro, como acontece com grupos na Póvoa de Varzim, Buarcos, Nazaré e Lisboa. Nós não somos profissionais, da modalidade, mas fomos aos poucos criando um espírito de grupo bom e uma rotina.”

Para Miguel Pintado, a oportunidade de poder treinar nestes espaços é muito importante e quando se consegue conciliar o treino com a atividade profissional tudo fica mais fácil. ”Voltamos a pisar a areia, aqui do pavilhão, no fim de 2020. Conseguimos juntar-nos de novo, conciliar os horários de trabalho (que nem sempre é fácil) e nesta situação de inverno é sem dúvida o melhor que pode acontecer.”

“Apesar do campo ser reduzido é muito importante o trabalho que temos vindo a fazer.”

O grupo é pequeno mas trabalha com intensidade e vontade. O treino é essencialmente físico, mas a possibilidade de treinar com um guarda redes ajuda a parte de finalização e técnica. “Felizmente temos um grupo bom, pequeno, mas que trabalha com intensidade e que tem vontade de treinar. Devido às limitações das dimensões do campo o trabalho que fazemos é basicamente físico e de manutenção da forma física. Tentamos também fazer exercícios de força. Ter a possibilidade de treinar com um guarda redes também é bom porque podemos treinar a finalização, técnica e controlo, que é muito importante. Apesar do campo ser reduzido é muito importante o trabalho que temos vindo a fazer.”

Como guarda redes, Francisco também considera uma vantagem este trabalho fora da temporada desportiva: “Falando no caso específico dos Guarda Redes o mais difícil para nós é a adaptação à areia. O fato de podemos treinar praticamente o ano inteiro é muito importante para essa adaptação, além da parte física, a finalização e claro o jogo de pés (que atualmente é essencial). Levamos isto muito a sério porque só assim faz sentido.”

O grupo também já contou com um jogador internacional espanhol que, na opinião de Francisco, veio ajudar ainda mais o trabalho e espírito vivido: “Às vezes também temos a companhia do António Rigaud “Rigui” (jogador da Seleção espanhola) que é um atleta com experiência e conhecimento em treino físico. Nenhum de nós joga na mesma equipa e isso também é agradável porque podemos aprender com a experiência um dos outros. Por vezes, quando algum de nós desmotiva, os outros acabam por puxar por ele.”

“Nesta fase de inverno é importante este tipo de trabalho, quer em grupo ou individual, mas também criar infraestruturas para haver competições no inverno.”

Em jeito de conclusão, Miguel mencionou a importância de haver mais condições e competições nesta altura do ano: “Nesta fase de inverno é importante este tipo de trabalho, quer em grupo ou individual, mas também criar infraestruturas para haver competições no inverno. Esse seria o próximo passo da modalidade.”

“Foi muito bom conseguimos este espaço e criar este grupo.”

Já Francisco deixou palavras de agradecimento aos responsáveis do espaço: “Agradecer às pessoas que gerem este espaço que têm sido impecáveis connosco. Estamos num campo de Voleibol de Praia mas fomos autorizados para montar este campo para treinar, que é muito bom.”

*A presença do Futebol de Praia Portugal, no treino dos dois atletas, aconteceu no 13 de janeiro (quarta-feira), antes das novas medidas de confinamento.