UNIVERSITÁRIOS COMPETIRAM NA FIGUEIRA DA FOZ

UNIVERSITÁRIOS COMPETIRAM NA FIGUEIRA DA FOZ

18 Junho, 2019

Durante os dias 11, 12 e 13 de Junho decorreu, na Praia de Buarcos – Figueira da Foz, o Campeonato Nacional Universitário de Futebol de Praia. Uma competição inserida no projeto Figueirabeachsportscity que terminou com a vitória da Universidade do Porto. Além do Futebol de Praia também foram realizadas competições de Rugby, Futvolei, Voleibol e Andebol no areal da Figueira da Foz.

Tivemos à conversa com João Rui, atleta do IP Santarém, que nos contou mais sobre este torneio. O jovem atleta abordou a participação da sua equipa assim como a sua visão pela modalidade a nível nacional. O português também teve presente na Euro Winners Challenge pela formação do Portsmouth FC.

FPP: Em que consiste o Campeonato Nacional Universitário de Futebol de Praia?

JR: O Campeonato Nacional Universitário, basicamente, é um torneio disputado por várias universidades e politécnicos, onde vários jogadores universitários jogam Futebol de Praia em locais definidos pela Federação Académica do Desporto Universitário. O torneio é composto por jogos de 2 tempos de 10 minutos. Este ano tivemos o prazer de contar com o árbitro António Almeida, que marcou pela positiva o CNU, no que toca ao conhecimento e aplicação das regras da modalidade. Também nesta edição aumentou o número de universidades/politécnicos inscritos no torneio, de 5 para 9 equipas, fazendo assim 3 grupos de 3, passando os primeiros de cada grupo e o melhor segundo. Após cada equipa fazer 2 jogos, foram encontrados os semi finalistas, depois fez-se 2 jogos, 3º e 4º lugar e a final. No final decorreu a entrega de prémios.

FPP: Como correu a competição para o IP Santarém?

JR: Em termos de classificação não correu como o espectável, uma vez que tínhamos apresentado ao professor Nuno loureiro, o objetivo de ficar nos 3 primeiros lugares, embora o objetivo da equipa fosse alcançar o 1º lugar e vencer a competição.

Ao fim de 42 treinos e de alguns jogos amigáveis com equipas como o Estoril Praia, GR Olival Basto, CB Caldas Rainha e CS Marítimo assumimos esse objetivo internamente. Sabíamos que tínhamos potencial e dai a frustração de apenas termos conseguido o 3º lugar. Demonstrámos a todas as pessoas que estiveram na Figueira da Foz que fizemos um excelente torneio mostrando o bom Futebol de Praia por parte do IP Santarém. No final ficou o orgulho pelo que o grupo fez e pelas palavras vindas de várias pessoas que estavam a ver a competição.

FPP: Porquê a prática do Futebol de Praia por parte IP Santarém?

JR: A prática do Futebol de Praia e a constituição de uma equipa do IP Santarém surgiu por iniciativa minha e de mais alguns amigos que já gostavam deste desporto. Eu iniciei-me no Futebol de Praia sendo júnior de primeiro ano, com apenas 16 anos, pela Associação Juvenil de Vale de Rãs (AJVR). Após ter entrado na Escola Superior de Desporto de Rio Maior, pertencente ao Instituto Politécnico de Santarém, no ano letivo passado, pesquisei o que seria possível para iniciar uma equipa de Futebol de Praia a nível nacional, uma vez que existe um campo de areia do centro de estágios da DESMOR em Rio Maior. Percebendo que era possível participar na modalidade através da escola e a nível nacional, fui demonstrar essa vontade ao professor Carlos Silva, responsável pela participação das equipas da escola nos campeonatos universitários. De imediato demonstrou agrado com a proposta apresentada. Começámos a treinar com bolas de futsal nas primeiras duas semanas, coisa que não nos fez perder a ambição de continuar com a modalidade. Ao fim dessas duas semanas falei com o meu antigo treinador Fábio Barrocas, da AJVR, para saber se seria possível emprestar as bolas para que nós conseguíssemos treinar. O Barrocas disponibilizou as bolas e ofereceu-me a sua ajuda para o que fosse necessário. Continuámos a treinar e o ano passado ficamos em 4º lugar. Este ano começámos mais cedo os treinos e treinámos, praticamente o ano inteiro, duas vezes por semana, independentemente das condições atmosféricas.

O valor e empenho desta equipa é de tal forma notável que, colocámos vários jogadores em várias equipas e a participar em várias competições: 3 atletas a treinar na equipa do Sporting CP (João Rui, João Rodrigues e Ricardo Alves); 3 atletas a treinar na equipa do CS Marítimo (Simão Duarte, João Rodrigues e Rui Dinis); 2 atletas a participar na Euro Winners Challenge pelo Portsmouth FC (João Rui e Alexandre Marques).

FPP: Qual a importância deste torneio para o Futebol de Praia nacional?

JR: Este torneio tem bastante importância pois cada vez há mais jovens a iniciar e a gostar da modalidade, mesmo havendo equipas a jogar Futebol de Praia de forma incorreta como se jogassem Futebol / Futsal na areia. É um torneio muito desgastante devido à elevada carga física que é necessária para realizar tantos jogos num só dia. É importante a realização destes torneios para que as equipas vejam que há potencial nas equipas universitárias e nos seus jogadores, vindo assim, dar a oportunidades a alguns jogadores que nunca jogaram Futebol de Praia federado. No caso da nossa equipa, eu fui o único que tive o privilégio de já ter jogado a nível federado. Este ano no CNU, devido a uma lesão grave no joelho esquerdo, não tive no papel de jogador mas sim de treinador. Também o Alexandre participou este ano na Euro Winners. É importante também referir a qualidade apresentada pelos jogadores neste torneio quando a maioria nunca tinha praticado esta modalidade.

FPP: Como correu a tua participação da Euro Winners Challenge pela formação do Portsmouth FC?

JR: Não correu como esperado. Todas as equipas sempre que entram em campo vão para ganhar o jogo e no nosso caso fomos a única equipa do grupo sem pontuar. Para mim, enquanto jogador, isso foi frustrante. Por outro lado, foi com grande orgulho que vesti a camisola do Portsmouth FC numa competição de elevada importância, onde qualquer jogador de Futebol de Praia gostaria de estar presente fosse qual fosse a equipa.

FPP: Qual a tua opinião sobre a modalidade em Portugal?

JR: A modalidade em Portugal está em crescimento. Através da página de Futebol de Praia Portugal as pessoas que seguem a modalidade e conseguem ter bastante informação relativamente à mesma. Ter duas divisões nacionais é bastante bom para quem gosta da modalidade e quer começar a jogar, começando pela Divisão Nacional e tendo a ambição de chegar à Divisão Elite.

É de lamentar que o Futebol de Praia ainda seja uma modalidade que não é praticada todo o ano e que apenas haja transmissões televisivas das fases finais dos campeonatos e não de todos ou da maioria dos jogos. Para que esta modalidade pudesse ser praticada anualmente, com condições para a mesma, era imprescindível a existência de pavilhões com areia como se verifica em alguns países, uma vez que, cada vez há mais jogadores a deixar de praticar Futebol de 11 e Futsal para estar a 100% no Futebol de Praia. Seria gratificante para esta modalidade a existência da Taça de Portugal como competição oficial.